quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Náusea Apetecível À Sombra Da Sinceridade

No fundo é tudo um canibalismo disfarçado, camuflado, escondido com medo,
Se acabas por ser apanhado com os rins de alguém entre os dentes, a vergonha
Suicida-te, porque não acreditas que os olhos que não comeste por respeito
Aguentem tal petisco, é universal a sede humana pelo leite alheio, hajam
Intolerâncias para revelar o que de melhor há dentro de cada um, líquido
E rápido como uma narrativa ao ritmo da consciência, sem o catalisador
Químico que desculpa a liberdade comportamental, não, há quantos anos
Acordas tranquilo por o sonho ter sido apenas um sonho, cortem as amarras
Que te mantêm agarrado ao esperado e aceite e veremos onde adormeces,
Existe tanta fome além da fome, tanta sede além da sede, o sangue não chega,
Nunca haverão guerras suficientes, nem últimas violações, temos tanta necessidade
De inferno que na dúvida de haver espaço no vazio da morte para ele,
Criamos um bem melhor e possível onde a carne o pode sentir plenamente,
No final, se a coisa correr mal para o indivíduo, há sempre uma corda
Dentro dum guarda-fatos , uma boa vista empurrada pelo peso dos nossos pecados,
O sabor metálico e uma pintura nova na parede até alguém nos encontrar
E culpar o mundo doente, porque a culpa é do mundo estar doente, não da doença
Que somos nós, canibais com trelas feitas de ideias, movido a desejo e loucura.

13.11.2014

Turku


João Bosco da Silva